Tuesday 23 March 2010

Sou espírita... Mas nao sou palhaço!

Nao sou uma pessoa religiosa. Apesar de ter sido criado como um bom católico, muito cedo eu deixei de acreditar nos rituais da igreja apostólica romana, e acabei por procurar alento espiritual em outras religiões ou mesmo em outras filosofias de vida. Essa busca, acabou por me levar ao espiritismo, onde minhas perguntas pareciam ser aceitas e as respostas se clarficaram de alguma forma. O motivo principal deste texto nao é fazer apologia a religiâo, qual é a melhor ou qual é a pior, até porque para mim, no frigir dos ovos, são todas iguais... farinha do mesmo saco. Portanto, escolha algo que te traga mais perto de sua essência e siga sua vida da melhor forma possível.

Há mais de uma década atrás, passei por situações pessois que me trouxeram muita angústia e acabei por ser introduzido ao espiritismo, foi quando então encontrei uma das pessoas mais maravilhosas que conheci ao longo da minha vida. Dona Lúcia, a mãe de um grande amigo, e foi com ela que aprendi que, muitas vezes é preciso passar por cima de nossos sentimentos e orgulho, aprender a perdoar, que era preciso ajudar as pessoas e desejar o bem, e acima de tudo, estar disponível para o próximo, e que o que desejamos aos outros acabam por voltar para nós mais rápido do que pensamos. Poranto me deseje bastante dinheiro e voce será mais rico do que eu... agora, se você quer jogar ao contrário me deseje muita merda e você estará enterrado em um esgosto mais rápido do que você imaginar. Ação e reacão... Lei da física!

O problema é que algumas pessoas abusam da sua paciência e da sua disponibilidade, e assim o fazem por que se fiam na sua “bondade” e disposição para com os outros. E você, em nome da dourina espírita ou mesmo usando do conceito de solidariedade, ou talvez, mesmo pela sua educação, ou por princípios de caráter, acaba por ser levado pela forca do momento. E quando você acorda, já é tarde e a sensação de desamparo já se instalou na sua vida e você se sente um nabo. As vezes é necessário deixar claro os limites, só assim você pode se livrar desses sentimentos. Algumas pessoas são parasitas e sanguesugas da energia alheia por natureza, não precisam sequer fazer esforço. Outras sequer possuem a idéia de que estão se comportando dessa maneira. Não importa como você se envolveu na situação, cabe a você a responsabilidade de dizer que já deu o que tinha que dar.

Quantas vezes, sem aviso prévio, você recebe uma ligação, ou mesmo um e-mail de uma pessoa te pedindo aquela “ajuda” nas horas mais inusitadas? Ou mesmo alguém te pedindo dinheiro emprestado? Quantas vezes voce já alterou seus planos para poder fazer com que uma outra pessoa se sinta mais feliz ou mesmo incluída em uma situação? Ou mesmo quando você deu o último pedaço de um sanduíche ou de um pastel para alguém, pois ela te olhou com cara de pidona e você ficou com o coração partido? (Essa é triste! Não sei porquê mas o último pedaço de algo é sempre o melhor!).

Se você já passou por alguma, ou por todas as situações acima... Bom, o lado positivo é que dentro da psicologia você não é um psicopata, afinal de contas você possui afetividade, e provavelmente é sempre descrito como “gente boa”, “legal”, “amigo do peito” ou simplesmente “fulano tem bom coração”. Olhando pela lado negativo... você é um sério candidato ao cargo de palhaço do ano.

Pergunta que não quer calar: Como reconhecer quando alguém está passando dos limites e realmente abusando da sua boa vontade, ou literalmente tentando de mandar para o circo para substituir o palhaco? Resposta difícil com certeza. Não existe uma receita pronta, mas no geral, é preciso estar atento, pois isso varia de caso para caso e tem a ver com as suas proprias necessidades de ser aceito pelos outros (procure um terapeuta, não estou aqui para aprofundar nada!). Na minha opinião, as pessoas que se submetem à determinadas pessoas e situações são aquelas com sérios problemas de auto-estima. Conselho? Quando você se sentir abusado, cansado, traído ou mesmo colocado de escanteio, só resta uma coisa a fazer, olhe bem nos olhos da pessoa e diga em alto e bom som...
Sou espirita, mas nao sou palhaço!

Dona Lúcia, muito obrigado por ter me ensinado essa filosfia de vida.

Uma boa semana e lembre-se, não deixe ninguém abusar da sua confiança. Ajudar os outros é legal, mas deixar de se ajudar não é bonitinho não!